domingo, 19 de janeiro de 2014

Amamentar

Quando engravidei pensei que fosse "herdar" a genética toda da família: parto normal, barriga pequena, estrias zero.. Mas não, foi tudo ao contrário.
Cesariana, barriga enorme e estrias a darem o ar da sua graça.
Quando as coisas começaram a tomar um rumo diferente pensei que só faltava não ter leite. Bem, aí e graças a Deus, foi igual. Comecei a ter o colostro muito cedo e já na primeira noite, tive logo leite para dar ao bebê. 
Cada dia que passa só peço para conseguir chegar pelo menos aos 6 meses, já vou nos 4 e meio e não podia estar mais feliz.
Parto cesariana até aceito mas agora que sei o que é acredito que me ia custar imenso não ter essa intimidade com o meu bebê.
Nunca pensei na hipótese de não dar de mamar sequer, sei que muitas mães o fazem e não as crítico,cada um sabe o que é melhor pra si, sinto me muito sortuda por ter tido essa grande oportunidade.
De todos os momentos que tenho com o meu filhote esse é o que mais aprecio. Vê lo tão ansiosa pra comer, a carinha de satisfação, a meiguice no olhar, as festinhas no peito e aquela expressão de quem se está a deliciar por completo, é sem dúvida priceless! É uma dádiva enorme ser mãe, ter a capacidade de amamentar então, é o meu momento preferido.
Tenho pena das mães que não conseguem dar de mamar por motivos que até elas desconhecem, sei que muitas ficam de rastos mas infelizmente nem tudo corre como queremos e ainda que tenha de se recorrer ao leite de lata o que importa é que eles continuem a crescer cheios de saúde. Muitas não dão porque o leite não desce, as vezes o bebê não aumenta o peso e é necessário acrescentar o suplemento , e há quem decida que não quer amamentar e pronto. É preciso respeitarmos as decisões de todos, claro que motivos como :" o peito vai partir ou vou ter de abdicar de álcool mais 6 meses no mínimo " para mim são inválidos. Desde a gravidez que não bebo e não como certos alimentos, sim custa mas é tudo uma questão de hábito, o nosso organismo acaba por nem se lembrar que quer certas coisas. É um sacrifício fantástico e gratificante, ver o nosso bebê bem nutrido e com mais defesas é do melhor. Sem contar que é o melhor alimento do mundo para o bebê, é de graça, já ta a temperatura ideal, não é preciso andar com a casa as costas,termo,caixinhas e etc, ta pronto a comer.
Dos meus momentos preferidos porque vejo a fragilidade dele, a dependência e apercebo me de como sou responsável por ele.
Dos momentos mais cheios de amor do meu dia.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Enfrentar as cólicas

Muito se fala das cólicas, como são dolorosas, aflitivas, o sofrimento que causam aos nossos príncipes e infelizmente ao há uma "cura" por assim dizer porque os bebes são todos diferentes, cada um reage a sua maneira, uns têm cólicas outros nem por isso. Muitas mães durante a amamentação, evitam os ditos alimentos que aumentam as possibilidades do bebê ter cólicas, outras continuam a comer de tudo um pouco e ate exageram e os bebes nem uma cólica apresentam. Cada um é como cada qual.
Durante a gravidez fui fiel a todos os mitos, raramente bebia refrigerantes, não como marisco que tanto adoro, café nem pensar, chá só de camomila e cidreia, Sushi nem vê lo.. Enfim, uma data de sacrifícios que valeram muito a pena. Como não era imune a toxoplasmose também  não podia comer carnes cruas ou mal passadas o que me custou muito pois sou grande apreciadora, de tanto comer até pensava que seria imune mas não foi o caso. 
Quando tive alta, a enfermeira disse me que podia comer de tudo que isso era antigamente e que agora as coisas são diferentes. Ainda pensei em ir directa para o Sushi mas algo dentro de mim foi mais forte e to até agora a aguentar. Na verdade sempre tive o ok do médico porque o problema do Sushi é se o peixe não for fresco, preferi não arriscar. Fui lambona para o salmão fumado e matei as saudades todas acompanhado de um bela salada.
O cenário mudou quando fui as urgências com o bebê e a médica disse que tudo passa para o leite e que não posso comer isto e aquilo e etc etc, pronto aguenta mais um bocado estômago. Quando fui as urgências foi para confirmar que ele tinha mesmo cólicas. Uma das enfermeiras, ainda quando estava internada, disse me que as cólicas até podem vir do excesso de barulho e como ele teve excesso de visitas... Cá pra mim ela queria apenas que eu descansasse e disse me isso para eu ter medo. O certo é    que o rafa na segunda noite já tinha cólicas. Tivemos de fazer massagens, utilizar a canula do babygel e ele lá foi deitando qualquer coisinha. Tava destinado ele ter porque eu não tinha comido nada de especial.
Pior foi chegar a casa e enfrentar as cólicas. Foram noites de desespero, eu cortei tudo que li que fazia mal, ele coitadinho continuava com o seu choro aflitivo que só passava com colinho e muitas vezes maminha. Cheguei mesmo a pensar que não ia aguentar tantas noites sem dormir, o cansaço era tão grande que só me apetecia gritar, a paciência essa já tava tão esgotada. Ele mesmo com o seu sofrimento sorria como se sentisse que precisávamos de renovar forças e assim conseguíamos aguentar, ansiosos pelos 3 meses onde tudo supostamente ia passar.
Experimentamos algumas coisas, o colimil foi dado pela médica em caso de necessidade mas ele assim que provou deitou tudo fora. O aero om que foi dado na maternidade era o único que resultava mas apenas por alguns minutos, acalmava apenas isso. Tentamos também  o infacalm, que é a versão portuguesa do infacol mas nessa noite por coincidência ou não ele só gritava como se tivesse feito pior. Claro que não sabemos se foi do medicamento ou não uma vez que não tem efeito imediato. Mas desistimos logo. É relativo, há bebes que dão se bem outros que não, é uma questão de ir tentando mas o que acabou mesmo por resultar foi a paciência e muitas massagens. Os bebes sentem imenso a nossa energia e é importante ganhar forças por eles e ter paciência porque eles coitadinhos não têm culpa. Quando sentia que ia explodir, ia lá pra fora uns minutos pra ganhar forças enquanto ele ficava com o pai. Voltava com uma energia diferente, ria, cantava e fazia as massagens que me ensinaram no centro mais outras que vimos na net e nessas noites ele dormia melhor, sempre depois das 4 da manhã. Por isso é uma questão de sorte, sortudos os bebes que não passam por isso.
Perto dos 3 meses o R. começou a dormir melhor, dormia 7/8 e até mesmo 9 horas seguidas o que deu pra descansarmos um pouco. Na semana seguinte dormiu menos horas e acordava de 3 em 3, menos mal. Agora tem tado a dormir 5/6 horas e as vezes quando como algo diferente vai tendo uma cólica de leve. Até aos 6 meses dizem que os sonos ainda irregulares, dai ele não ter noites constantes. Além  das cólicas, que sabíamos que eram porque ele contorcia se todo e tinha um choro diferente, concluímos que ele também tinha os sonos trocados. 
Importante é que aos poucos ele vai dormindo melhor e sempre que o deito só peço que durma pelo menos 3 horas seguidas para descansarmos todos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Aprender a ser mãe

E já passaram quase 4 meses, agora percebo quando as pessoas dizem que o tempo voa e para aproveitarmos todos os momentos. Verdade!
Posso dizer que tem sido uma viagem fantástica, claro que marcada com algumas turbulências mas sempre com um sabor divinal.
Hoje quando me lembro da primeira vez que o tive nos meus braços nem consigo acreditar que o meu amor já está tão crescido e diferente. Sim, o tempo não perdoa e neste caso ainda bem porque eles precisam de crescer.
O meu coração foi inundado de amor, um amor tão grande, tão lindo, tão tudo que podia ficar aqui a escrever a noite toda e sentia necessidade de escrever mais e mais porque não existem palavras para tanto amor. Os medos, esses agora sei que vão existir sempre assim como a necessidade de o proteger de tudo e de todos, pois é... É um amor puro!
Aprendi a viver com todos os medos, as vezes consigo desviar me deles mas nem sempre é possível. Chegou o momento que eu e o marido tivemos de assumir todas as responsabilidades, sem médicos, sem enfermeiras mas claro com o apoio fantástico da minha mãe,sem ela não teria sido possível de todo.
Cólicas, noites mal dormidas, choro constante e desesperante.. Tanta mas tanta coisa que já vivemos nestes últimos meses que nem acredito que agora as coisas finalmente começaram a melhorar.
Sim, descobri que sou uma mãe das fracas, que não cumpri com as coisas que dizia que ia fazer mas perante um sentimento tão grande o meu coração não aguentou e derreteu-se.
Colinho, muito colinho tem este menino. Sim, aquele colinho tão bom que da vontade de o acordar só para sentir ele a esticar se todo e a empinar o rabinho.. E as bochechas? Se fosse possível gastava os meus lábios a dar beijinhos, haja fofura.
Dei colinho, não deixo o bebê a chorar desesperadamente ainda que muitas vezes seja manha, dormiu na minha cama até aos 3 meses porque as cólicas só o deixavam dormir a partir das 4 da manhã e porque assim era mais fácil ouvir o meu pequenino,dei e dou mama sempre que ele pede mesmo quando ainda não passaram as 3 horas., muitas vezes ajudava nas cólicas e eu sentia que ele ficava tão calmo que não o privava desse momento. 
Hoje, já dorme mais horas e já teve dias que dormiu a noite toda e acordou a meio da manhã, assim como as vezes ainda vai tendo umas cólicas mas nada comparado com as iniciais. Mesmo assim, tem sempre a maminha a disposição  principalmente quando tem aquelas birras e adormece em 2 segundos. Não me arrependo de nada e sei que muitas vezes já pensei que com o próximo vai ser diferente mas sinceramente não acredito.
Já aprendi tanta coisa, já o conheço de trás pra frente, o medo de não sentir aquele amor de mãe quando o visse pela primeira vez simplesmente deixou de fazer sentido, é um amor  incondicional e mágico. 
Dou por mim a olhar para ele e a questionar me como é possível amar tanto alguém, sem pedir nada em troca e ser brindada todos dias pelos seus sorrisos sedutores e  constantes que alegram e alimentam o meu coração e a minha alma.
Amo te filho!